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terça-feira, 30 de outubro de 2012

1 REIS


1 REIS
História
Como introdução ao Primeiro Livro dos Reis (= 1Rs), o autor narra a última parte da história de Davi desde o ponto em que a havia deixado em 2Samuel. A idade avançada do rei deixa prever a proximidade da sua morte, e a monarquia de Israel tem de encarar o problema da sucessão ao trono. Pressionado por Bate-Seba, a sua esposa, Davi decide que se unja e se proclame rei o seu filho Salomão (1Rs 1—2), ficando assim estabelecida a dinastia davídica. Assim, a história do povo de Israel entra numa nova fase, a da sucessão monárquica, que cobre o período entre o início do reinado de Salomão (c. 970 a.C.) e a queda de Jerusalém no tempo de Zedequias (586 a.C.).

Não se dispõe de muito mais informações sobre o governo de Salomão, filho de Davi, do que a referência à sua prudência, às suas riquezas e à construção do Templo. Do ponto de vista político, deve-se destacar que Salomão soube sempre manter a unidade do reino e evitar que Israel se visse envolvido em conflitos bélicos. Não obstante, quando ele morreu (930 a.C.) e o seu filho Roboão ocupou o trono, precipitaram-se os acontecimentos que foram a causa da divisão do reino em dois Estados independentes: o de Judá ou Reino do Sul, e o de Israel ou Reino do Norte. Dois séculos mais tarde, no ano 721 a.C., Israel, caiu sob a dominação assíria e, cerca de um século e meio depois, em 586 a.C., Judá caiu sob o poder do Império Neobabilônico.

O período dos reis está documentado nos livros dos Reis e das Crônicas, que, certamente, oferecem uma quantidade considerável de dados cronológicos. Contudo, as indicações, freqüentemente, são tão imprecisas, que não são suficientes para estabelecer com exatidão as datas do início e do final dos reinados correspondentes. Isso explica as variações de alguns anos que aparecem em cronologias propostas por diferentes historiadores.
Conteúdo e composição dos livros
O reinado de Salomão ocupa uma extensa porção da primeira parte desta obra (1Rs 2.12—11.43), onde fica evidente o interesse do autor por realçar a personalidade do rei. Recorda a sua inteligência e sabedoria, as riquezas que acumulou e as grandiosas construções que impulsionou; entre outras, o complexo de edifícios amuralhados do palácio real, as enormes cavalariças de Megido, as cidades-acampamento e, com especial destaque sobre todas as outras, o Templo que fez construir nos terrenos adquiridos por Davi para isso (cf. 2Sm 24.18-25). Esta “Casa do Senhor”, santuário único de Israel, haveria de ter uma importância sem par na vida religiosa e na cultura do povo, tal e como o próprio Salomão o expressou na sua súplica durante a cerimônia de dedicação do Templo (1Rs 8.22-53).

Em contraste com as esplêndidas realizações do reinado de Salomão, 1Reis revela alguns aspectos pessoais que ofuscam a sua imagem. Entre eles, a conduta apóstata e pouco exemplar do monarca e a sua atitude permissiva ante a entrada em Israel de cultos pagãos e idólatras. Porque Salomão, a fim de consolidar o seu poder e em conformidade com os usos e costumes da época, estabeleceu acordos políticos e comerciais com nações vizinhas tomando por esposas princesas estrangeiras (1Rs 7.8; 11.1-3). Assim, chegou a ter muitas mulheres não-israelitas, “as quais queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses”; e, quando chegou à velhice, “suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses”, de modo que adorou ídolos e lhes erigiu santuários (1Rs 11.4-8).

1Reis também informa acerca do alto custo das construções promovidas por Salomão. Para cobrir os custos, recorreu à imposição de tributos públicos, que tornaram realidade as advertências de Samuel quanto à instituição de uma monarquia em Israel (cf. 1Sm 8). 

Considerados por muitos como fardos extremamente onerosos, eles geraram um clima de tensão que não demorou a se alastrar por todo o país. Aquele descontentamento, agravado pelo renascer de antigas desavenças entre os territórios do Norte e do Sul (cf. 2Sm 20.1-2), logo rompeu a frágil unidade política alcançada no reino de Davi (cf. 2Sm 2.4; 5.1-3).

Uma vez narradas as circunstâncias em que se deu a ruptura da unidade nacional sob o governo de Roboão (1Rs 12) e a fundação do Reino do Norte, o livro dos Reis aborda, de modo paralelo, as histórias de Judá e Israel, separadas para sempre e incapazes de superar a sua hostilidade mútua. 

Os reis de um e de outro reino aparecem alternadamente, enquadrados em fórmulas literárias que se repetem em cada caso e seguindo a respectiva ordem dinástica. Em geral o autor não entra em pormenores, limitando-se a relacionar ou descrever alguns dos fatos mais significativos dos monarcas e a julgar a sua conduta com base na lei de Moisés. Esses juízos são de grande severidade. No que diz respeito a Judá, aprova-se o comportamento de alguns reis que seguiram os passos de Davi, como Asa (1Rs 15.11), Josafá (1Rs 22.43), Ezequias (2Rs 18.3), Josias (2Rs 22.2) e outros. Mas são muito mais os que merecem o veredito de reprovação: “Fez o que era mau perante o Senhor” (p. ex., 1Rs 15.26; 22.53; 2Rs 13.2). 

Quanto aos monarcas de Israel, nenhum deles fica livre de um juízo tão grave como: “andou no caminho de Jeroboão e no seu pecado, o qual fizera Israel cometer” (1Rs 15.34). Jeroboão I (929-909 a.C.) é considerado por isso como protótipo de infidelidade ao Senhor e à unidade do seu Templo em Jerusalém. Com Jeroboão se inicia a cadeia de infidelidades dos reis do Norte, que provocam a ira de Deus e arrastam o reino ao seu trágico fim no ano de 721 a.C.: “No ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou a Samaria e transportou a Israel para a Assíria” (2Rs 17.6; cf. vs. 7-23).

A situação política de Israel sempre padeceu grande instabilidade. Nos seus pouco mais de dois séculos de existência (929-721 a.C.), o reino teve nove dinastias, num total de dezenove reis, muitos dos quais chegaram ao trono por meios violentos. Em Judá, ao contrário, os reis que foram se sucedendo ao longo dos três séculos e meio de permanência do reino (929-586 a.C.) foram todos descendentes de Davi, com exceção da rainha Atalia, que, tendo usurpado o trono, conseguiu manter-se nele durante seis anos.

A última parte do livro dos Reis (2Rs 18—25) é dedicada aos tempos posteriores à queda de Samaria e ao desaparecimento do Reino do Norte. Nesses caps., aparece com destaque a época de Josias, por causa da reforma religiosa que ele impulsionou, mas que, apesar da sua importância, não foi suficiente para impedir a designação moral e política de Judá (2Rs 23.26-27). Depois de Josias, a sucessão monárquica se encaminhou diretamente ao seu final dramático com a destruição de Jerusalém e o exílio babilônico.

Inscrita no marco histórico de Reis, corre também a vida de alguns profetas. Objeto de singular atenção são Elias (1Rs 172Rs 1) e Eliseu (2Rs 2.1—8.15; 13.14-20), os dois grandes representantes do profetismo mas, ao lado deles, figuram também o nome de outros profetas, que vão de Natã (1Rs 1.45) a Hulda (2Rs 22.14-20), passando por Aías de Siló (1Rs 11.29-40), Semaías (1Rs 12.21-24) e Isaías (2Rs 19.20—20.19). Dado o caráter narrativo dos livros dos Reis, o autor procura mostrar especialmente a atitude dos profetas em momentos de importância decisiva para a história de Israel. Não se limita, pois, a recolher e transmitir a mensagem profética como tal, mas mostra os profetas no seu relacionamento pessoal com o acontecer histórico. De particular importância são as passagens em que um profeta se confronta com um rei para lançar-lhe na cara a sua conduta e a sua falta de fidelidade ao Senhor (1Rs 18.16-19; 21.17-29; 2Rs 1.15-16).

Na Bíblia Hebraica, os livros dos Reis estão integrados no grupo dos chamados Profetas anteriores (ver a Introdução aos Livros Históricos). Isso significa que, mesmo que em princípio sejam catalogados como escritos de gênero narrativo, o seu propósito, além do puramente histórico, é projetar uma reflexão profética desde a base de uma etapa da história da salvação. Aqui é bem evidente a influência da teologia do Deuteronômio, que insiste na fidelidade à Torah como fundamento necessário para que se cumpram no povo de Deus as promessas recebidas de paz e prosperidade (Dt 28.1-14; cf. 2Rs 21.8; ver a Introdução ao Pentateuco).

Como os livros de Samuel e Crônicas, também Reis é uma única obra composta de dois volumes. Essa divisão do texto não se deve a nenhum plano prévio, mas é bem artificiosa e foi feita no séc. III a.C. pelos tradutores da Septuaginta (LXX).

O autor de Reis se serviu de diversas fontes (p. ex., os arquivos do Templo) e também de um número desconhecido de narrativas contemporâneas relativas aos profetas. De modo explícito o livro alude a alguns documentos considerados perdidos hoje para a investigação histórica:

Livro da História de Salomão: 1Rs 11.41
Livro da História dos Reis de Israel: 1Rs 14.19
Livro da História dos Reis de Judá: 1Rs 14.29
A mensagem
Certamente, a história dos dois reinos, Judá e Israel, é mostrada como uma interminável série de fracassos, delitos e flagrantes infidelidades ao Senhor, pelos quais os responsáveis imediatos e principais foram os próprios reis. O governo do povo de Deus havia sido confiado a eles para que o exercessem com sabedoria, a mesma que Salomão pediu para si (1Rs 3.9); não com arbitrariedade e despotismo, mas como um autêntico serviço de liderança e proteção (1Rs 12.7). Aqueles reis, porém, deixaram-se arrastar pela corrupção, caíram na idolatria e levaram a sua nação ao desastre e à perda da liberdade e da independência. Como paradigmas de depravação e impiedade são descritos os reinados de Oséias sobre Israel (2Rs 17) e o de Manassés sobre Judá (2Rs 21.1-18).

A mensagem de Reis, não obstante, não deve ser entendida num sentido exclusivamente negativo. Junto aos personagens malvados que fizeram parte das realezas de Judá e Israel, houve outros consagrados de coração a Deus e desejosas de conduzir os seus súditos pelos caminhos da lei divina. Foram casos relevantes, nos quais o Senhor, manifestando-se como o poderoso protetor do seu povo, abriu perante este uma ampla porta de esperança (2Rs 18.1-8,13-37; 19.1—20.11).
Esboço:
1. Fim do reinado de Davi. Salomão proclamado rei (1.1—2.12)
2. Salomão torna-se rei (2.13-46)
3. Reinado de Salomão (3.1—11.43)
a. Primeiros anos (3.1—4.34)
b. Construção do Templo (5.1—8.66)
c. Últimos anos (9.1—11.43)
4. Dois reinos (12.1—22.54)
a. Revolta das tribos do Norte (12.1—14.20)
b. Reis de Judá e de Israel (14.21—16.34)
c. O profeta Elias (17.1—19.21)
d. O rei Acabe (20.1—22.40)
e. Reinados de Josafá e de Acazias (22.41-54)





a.C. antes de Cristo
cf. conferir
p. por exemplo
vs. versículos
caps. capítulos
séc. século
LXX Setenta (a Septuaginta, versão grega do AT
Sociedade Bíblica do Brasil: Bíblia De Estudo Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005, S. 1Rs

1 SAMUEL


1 SAMUEL
História
Uma olhada panorâmica nos livros de Samuel (que, na realidade, são uma única obra em dois volumes) é suficiente para se notar a presença destacada de três nomes da história de Israel: Samuel, Saul e Davi, e de um acontecimento que não é menos importante por ser efêmero: a integração das tribos israelitas em um corpo nacional governado por um único soberano.

A época à qual correspondem os fatos aqui narrados pode ser situada entre a primeira parte do séc. XI e a primeira parte do séc. X a.C., aproximadamente. Começa com o nascimento de Samuel e termina com os últimos dias da vida de Davi.

Com Samuel, encerra-se o período dos juízes ou chefes de Israel. Ele foi o último representante dos tempos de anarquia em que as tribos careciam de coesão entre si e as “julgou” ao longo de toda a sua vida (1Sm 7.15). Não obstante, Samuel não representou somente o ponto final daquele período, mas também, ao iniciar a série dos grandes profetas de Israel com a unção (isto é, a consagração) dos dois primeiros reis de Israel, Saul e Davi (1Sm 9.27—10.1; 16.13), abriu caminho para a instituição da monarquia e para a dinastia davídica.

Os primeiros tempos do reinado de Saul (c. 1040-1010 a.C.) ficaram felizmente marcados por uma brilhante vitória sobre os amonitas, antigos inimigos de Israel (1Sm 11); mas não demorou muito até que a imagem de força e coragem do jovem Saul começasse a desvanecer. 

O rei tornou-se instável e covarde. Via-se, especialmente por causa de Davi, cercado de ameaças contínuas contra a sua autoridade e, sem dúvida, contra a sua própria vida (1Sm 18.6-11). Em tais circunstâncias, diminuída a capacidade de Saul para governar o seu povo, o Senhor o rejeitou (1Sm 15.23,26) e enviou o profeta Samuel para ungir a Davi como novo rei de Israel (1Sm 16.12-13).

Davi (c. 1010-972 a.C.), que, para os israelitas, representa o monarca ideal, é aquele a quem, de fato, se deve a unidade e a independência da nação. Corajoso, decidido e dotado de lúcida inteligência, combateu fora das suas fronteiras para consolidar e aumentar o reino e, dentro delas, para sufocar conspirações contra o seu governo, como a que foi promovida pelo seu próprio filho Absalão (2Sm 15—18).

 A profunda religiosidade de Davi é uma constante na sua biografia (cf. 2Sm 6.14,21-22; 7.18-29), como também o é a sua preocupação em assentar em bases firmes a administração da justiça e a organização do reino (2Sm 8.15-18). Decorre disso que a personalidade de Davi acabou sendo idealizada entre o povo de Israel, muito embora não se tivesse deixado de reconhecer as suas fraquezas e pecados, como o adultério com Bate-Seba e a morte de Urias (2Sm 11.1—12.25). Em todo o caso, porém, o certo é que tanto o reinado como a própria pessoa do rei Davi deixaram uma marca profunda no mundo israelita, que, nele, viu prefigurado o Messias, o Ungido do Senhor para realizar as grandes promessas e esperanças do povo da sua eleição.
Conteúdo e composição dos livros

As particularidades do nascimento de Samuel e do seu relacionamento desde pequeno com o sacerdote Eli estão registradas em 1Sm 1.1—2.11. Associados a Eli no serviço do santuário de Siló, estavam os seus filhos, Hofni e Finéias, igualmente sacerdotes (1Sm 1.3); mas os filhos de Eli eram “filhos de Belial e não se importavam com o Senhor” (1Sm 2.12).

Em um dos muitos confrontos com os filisteus, Israel foi vencido, e foi “tomada a arca de Deus, e mortos os dois filhos de Eli” (1Sm 4.11; cf. 4.1b-5.2). O conhecimento desses trágicos acontecimentos precipitou a morte do idoso sacerdote (1Sm 4.18). Então, Samuel, a quem Deus já havia chamado para ser profeta (1Sm 3), começou a conduzir a Israel também como juiz (1Sm 7.2-17), o que fez até quando o povo manifestou o desejo de ter “um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações” (1Sm 8.5).

A instituição da monarquia é apresentada em 1Samuel como uma concessão de Deus a esse desejo popular, mas não significa, de modo algum, que ele abdicara de exercer a autoridade última sobre Israel, do qual é o verdadeiro e definitivo Rei. Por isso, na regra seguinte, naquela concessão, as palavras do profeta Samuel exortam o povo com veemência: “Se temerdes ao Senhor, e o servirdes, e lhe atenderdes à voz, e não lhe fordes rebeldes ao mandado, e seguirdes o Senhor, vosso Deus, tanto vós como o vosso rei que governa sobre vós, bem será” (1Sm 12.14).

Saul, o primeiro rei de Israel, padeceu de um forte desequilíbrio emocional, violentamente manifestado na perseguição que empreendeu contra Davi, tão ferrenha, que este foi obrigado a tornar-se um fugitivo e, inclusive, a servir os filisteus como mercenário (1Sm 16—30). A história de Saul, de Davi e dos ásperos relacionamento entre os dois é apresentada como um quadro cheio de contrastes, radiante ao recordar a extraordinária trajetória ascendente do jovem Davi e sombria quando avalia a figura de Saul, com a incomparável decadência da sua personalidade e a tragédia que rodeia a sua morte e a dos seus filhos na batalha de Gilboa (1Sm 31).

O relato do fim dramático do rei, com o qual termina o Primeiro Livro de Samuel (= 1Sm), continua no começo de 2Samuel. Mostra-se aqui um Davi comovido que, em homenagem póstuma a Saul e ao seu filho Jônatas, pronuncia um lamento cujo estribilho repete a vibrante frase: “Como caíram os valentes!” (2Sm 1.19,25,27; cf. vs. 12-27). Mais tarde, passados esses acontecimentos, Davi dirigiu-se a Hebrom, onde foi proclamado “rei sobre a casa de Judá” (2Sm 2.1-4) e, depois, sobre Israel (2Sm 5.1-5). Segundo o autor de 1 e 2Samuel, “da idade de trinta anos era Davi quando começou a reinar; e... Em Hebrom, reinou sobre Judá sete anos e seis meses; em Jerusalém, reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá” (2Sm 5.4-5; cf. vs. 1-5). 

O restante de 2Samuel é dedicado inteiramente aos fatos acontecidos durante o reinado de Davi e às circunstâncias nas quais o seu reinado se desenvolveu: a recuperação da arca da Aliança, os acertos e desacertos do monarca, as suas campanhas militares e as revoltas que teve de reprimir. Os últimos caps. são como que apêndices, nos quais encontra-se uma reprodução do Sl 18 (cap. 22) e a descrição de um censo nacional ordenado por Davi (2Sm 24.1-9).
Esboço:
1. Samuel, profeta e juiz sobre Israel (1.1—7.17)
2. Israel pede um rei (8.1-22)
3. Saul se torna rei (9.1—10.27)
4. Primeiros anos do reinado de Saul (11.1—15.35)
5. Davi a Saul (16.1—30.31)
6. Morte de Saul e dos seus filhos (31.1-13)

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

José o Governador do Egito


José o Governador do Egito

Gênesis 37:1-11 Jacó ficou morando na terra de Canaã, onde o seu pai tinha vivido. Esta é a história da família de Jacó. Quando José era um jovem de dezessete anos, cuidava das ovelhas e das cabras, junto com os seus irmãos, os filhos de Bila e de Zilpa, que eram mulheres do seu pai. E José contava ao pai as coisas erradas que os seus irmãos faziam. Jacó já era velho quando José nasceu e por isso ele o amava mais do que a todos os seus outros filhos. Jacó mandou fazer para José uma túnica longa, de mangas compridas. Os irmãos viam que o pai amava mais a José do que a eles e por isso tinham ódio dele e eram grosseiros quando falavam com ele. Certa vez José teve um sonho e o contou aos seus irmãos. Aí é que ficaram com mais raiva dele porque ele disse assim: — Escutem, que eu vou contar o sonho que tive. Sonhei que estávamos no campo amarrando feixes de trigo. De repente, o meu feixe ficou de pé, e os feixes de vocês se colocaram em volta do meu e se curvavam diante dele. Então os irmãos perguntaram: — Quer dizer que você vai ser nosso rei e que vai mandar em nós? E ficaram com mais ódio dele ainda por causa dos seus sonhos e do jeito que ele os contava. Depois José sonhou outra vez e contou também esse sonho aos seus irmãos. Ele disse assim: — Eu tive outro sonho. Desta vez o sol, a lua e onze estrelas se curvaram diante de mim. Quando José contou esse sonho ao pai e aos irmãos, o pai o repreendeu e disse: — O que quer dizer esse sonho que você teve? Por acaso a sua mãe, os seus irmãos e eu vamos nos ajoelhar diante de você e encostar o rosto no chão? Os irmãos de José tinham inveja dele, mas o seu pai ficou pensando no caso.103

1.     Visão

O que é visão? O dicionário fala que é: 1. Ato ou efeito de ver. 2. O sentido da vista. 3. Ponto de vista; aspecto. 4. Imagem que se julga ver em sonhos, por medo, loucura, superstição etc.; visagem. 5. Fantasma. 6. Quimera.

Mas a bíblia fala que visão é um sonho, ou algo que se vê para o futuro. Algo que se vê que ainda não existe, mas que virá a existir por meio de quem a visão é dada.

2.     Perspectiva

O que é? 1. Arte de figurar, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância. 2. Pintura que representa jardins ou edificações em distância. 3. Panorama. 4. Aparência, miragem. 5. Probabilidade. Em p.: esperado, no futuro.

É um ponto de vista e não quer dizer que sempre está certo.

3.     Propósito

O que é? 1. Algo que se pretende fazer ou conseguir; intento, projeto, tenção. 2. Bom senso, juízo, prudência, tino.

É também é chamado de desígnio, um plano – uma meta. Um motivo pelo qual você nasceu.

A.    José tinha visão, perspectiva e propósito.
A visão de Deus na vida dele
A perspectiva de ser alguém grande
Propósito de fazer a vontade de Deus naquela nação

Aplicação:

1.    Visão - José teve uma visão um sonho – esse sonho veio de DEUS. Ele seria um governador e seu pai, mãe e irmãos se curvariam diante dele. Ele seria grande. Ele não entendia o seu sonho, nem seus pais e irmãos. Ele só sabia disso: Que ele seria um governante.

2.     Perspectiva - A forma como viam ele e os seus sonhos:
a.     Seus irmãos o viam com inveja
b.     Seus pais o viam como somente uma criança
c.     E como ele se via? Ele se via como um garoto que tinha um sonho.
d.     E com DEUS via ele?
 
3.     Propósito:
a.     Gênesis 45:5 “... Foi para salvar vidas que Deus me enviou na frente de vocês”.
b.     Gênesis 45:7 “Deus me enviou na frente de vocês a fim de que ele, de um modo maravilhoso, salvasse a vida de vocês aqui neste país e garantisse que teriam descendentes”.
c.     José entendeu que o seu propósito de vida, e de todo sofrimento que passou era o de salvar vidas. De seus pais, irmãos e todas as nações daquela época.
d.    Um garoto desprezado pelos seus irmão e amado por seu pai que Deus colocou uma visão no seu coração

Gênesis 45:5 e 7
v. 5 Agora não fiquem tristes nem aborrecidos com vocês mesmos por terem me vendido a fim de ser trazido para cá. Foi para salvar vidas que Deus me enviou na frente de vocês.
v.7 Deus me enviou na frente de vocês a fim de que ele, de um modo maravilhoso, salvasse a vida de vocês aqui neste país e garantisse que teriam descendentes.[1]
 

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Pra. Marilene P. Ribeiro 
IDPB Monte Horebe
Manaus, 21 de outubro de 2012
Culto de domingo
http://idpb.blogspot.com.br

domingo, 21 de outubro de 2012

CONSTRUINDO UM TEMPLO PARA DEUS


CONSTRUINDO UM TEMPLO PARA DEUS
(I Rs 06: 14; I Cor 03:16-17).

A.   Quando desejamos construir algo de excelência, devemos:

1.    Planeje aquilo que você deseja.

Possuir um desejo, uma vontade, um planejamento. Davi desejou construir um templo para Deus (I Cr 22: 5 -Davi pensava: "Meu filho Salomão é jovem e inexperiente, e o templo que será construído para o Senhor deve ser extraordinariamente magnífico, famoso e cheio de esplendor à vista de todas as nações. Por isso deixarei tudo preparado para a construção". Assim, Davi deixou tudo preparado antes de morrer.

2.    Reúna os recursos e compre o lugar certo.

Adquirir o local e reunir os recursos - Davi comprou a eira de Ornã ou Araúna, um jebuseu, que se localizava monte Moriah ou Moriá, para que ali viesse a ser construído o templo. (2 Samuel 24:24, 25; 1 Crónicas 21:24, 25) Ele juntou 100.000 talentos de ouro, 1.000.000 de talentos de prata, e cobre e ferro em grande quantidade, além de contribuir com 3.000 talentos de ouro e 7.000 talentos de prata, da sua fortuna pessoal. Recebeu também como contribuições dos príncipes, ouro no valor de 5.000 talentos, 10.000 daricos e prata no valor de 10.000 talentos, bem como muito ferro e cobre. (1 Crónicas 22:14; 29:3-7) Salomão não chegou a gastar a totalidade desta quantia na construção do templo, depositando o excedente no tesouro do templo (1 Reis 7:51; 2 Crónicas 5:1).

3.   Escolha as pessoas certas.

Escolher as pessoas certas para a construção - Em troca de trigo, cevada, azeite e vinho, Hiram ou Hirão, o rei de Tiro, forneceu madeira do Líbano e operários especializados em madeira e em pedra. Ao organizar o trabalho, Salomão convocou 30.000 homens de Israel, enviando-os ao Líbano em equipes de 10.000 a cada mês. Convocou 70.000 dentre os habitantes do país que não eram israelitas, para trabalharem como carregadores, e 80.000 como cortadores (1 Reis 5:15; 9:20, 21; 2 Crónicas 2:2). Como responsáveis pelo serviço, Salomão nomeou 550 homens e, ao que parece, 3.300 como ajudantes. (1 Reis 5:16; 9:22, 23)

4.   Construir leva tempo – tenha paciencia.

Gastar tempo para se construir - O Rei Salomão começou a construir o templo no quarto ano de seu reinado seguindo o plano arquitectónico transmitido por Davi, seu pai (1 Reis 6:1; 1 Crónicas 28:11-19). O trabalho prosseguiu por sete anos.

5.    Não pare no meio do projeto – vá até o fim.

Não desistir da construção, pois o acabamento é mais caro e demorado - Os materiais aplicados foram essencialmente a pedra e a madeira. Os pisos foram revestidos a madeira de junípero (ou de cipestre segundo algumas traduções da Bíblia) e as paredes interiores eram de cedro entalhado com gravuras de querubins, palmeiras e flores. As paredes e o tecto eram inteiramente revestidos de ouro. (1 Reis 6:15, 18, 21, 22, 29).

6.   Faça uma festa para comemorar sua vitória.

Alegrar-se com o término da construção - Após a construção do magnífico templo, a Arca da Aliança foi depositada no Santo dos Santos, a sala mais reservada do edifício.

Em I Cor 03: 16-17 está escrito: Não sabeis vós que sois templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.

7.    Faça tudo com excelência

Busque a excelência, persevere, a cada dia acrescente no seu templo um tilojo de amor, de fé, de sabedoria, de caridade, de paz, de esperança. Retire do seu templo todo entulho que atrapalha a perfeita construção, custe o que custar mas termine a obra.

Em I Tm 04: 16 está escrito: Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina.Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes.

8.   Notem bem a conclusão de Paulo a Timóteo:

- Tem cuidado de ti mesmo: Você é templo do Espírito Santo! Pratique as obras do Espírito e não as da carne.

- Tem cuidado da Doutrina: Medite na Palavra e seja cuidadoso para fazer tudo segundo Ela manda, esforça-te!

- Fazendo assim: Vivendo em santo comportamento e piedade salvarás a ti e aos teus ouvintes.

B.  Aprendendo com o exemplo da ostra:

Quando uma ostra é invadida por um parasita ou é incomodado por um objeto estranho (um grão de areia, por exemplo), e isso causa dor e irritação no tegumento do animal. Como forma de proteção desta irritação, a ostra começa a cobrir aquele grãozinho de areia com uma substância chamada nácar. Com o passar do tempo vão sendo depositadas muitas e muitas camadas de nácar, o que acaba por ocasionar a formação de uma pérola.

Pérolas são produtos da dor. Como resultado, uma linda pérola é formada. Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.

O caráter do cristão é forjado na luta diária, por meio da vivência ética, da honestidade, moralidade, do amor ao próximo, da caridade, dos bons ensinamentos, do trabalho, do conhecimento do Reino de Deus.

É como se todos nós fôssemos pedras pontiagudas e precisássemos de nos tornar redondinhas para conseguirmos rolar no rio da vida, até descobrirmos o caminho que possa nos levar ao Criador.

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Irmão Mário José Gonçalves
Manaus 14 de outubro de 2012
IDPB Monte Horebe

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Eu sou a recompensa de alguém


Eu sou a recompensa de alguém

13OUT
Eu sou a recompensa de alguém
“E disse a Davi: Mais justo és do que eu; pois tu me recompensaste com bem, e eu te recompensei com mal.”
I Samuel 24:17
1.   Alguém precisa de mim!

a.   Moisés era o líder que os hebreus precisavam para libertá-los do Egito. Ele era a recompensa deles.

11 Naqueles dias, sendo Moisés já homemc, saiu a seus irmãos e viu os seus labores penosos; e viu que certo egípcio espancava um hebreu, um do seu povo. 12 Olhou de um e de outro lado, e, vendo que não havia ali ninguém, matou o egípcio, e o escondeu na areia. (Êxodo 2:11-12)

Moisés viu que algo precisava ser feito. Ele não tinha sido criado como um escravo, sim como um príncipe. Ele precisava recompensar de alguma forma seus irmãos escravos. Precisava mostrar sua gratidão.

10 Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito. 11 Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel? 12 Deus lhe respondeu: Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte. (Êxodo 3:10-12)
O que causou indignação em Moisés, era o que o motivaria para ser o libertador de seu povo.
Moisés era somente um escravo que teve a sorte de ser criado pela filha de Faraó.

b.  Davi foi uma recompensa para Saul.
21 Assim, Davi foi a Saul e esteve perante ele; este o amou muito e o fez seu escudeiro. 22 Saul mandou dizer a Jessé: Deixa estar Davi perante mim, pois me caiu em graça. f 23 E sucedia que, quando o espírito maligno, da parte de Deus, vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa e a dedilhava; então, Saul sentia alívio e se achava melhor, e o espírito maligno se retirava dele. (I Samuel 16)

Saul havia perdido a presença do SENHOR, agora um espírito demoníaco o dominava e ele tinha crises terríveis de ira. E Davi tocava sua harpa, e o espírito demoníaco saia de Saul.
Davi um simples pastor de ovelhas – sendo o menor de oito irmãos fora ungido para ser rei de Israel. Na batalha contra o gigante Golias e os filisteus. Ele era a resposta a oração daquele exército.

c.   Rute foi a recompensa para Noemi – sua sogra
15 Disse Noemi: Eis que tua cunhada voltou ao seu povo e aos seus deuses; também tu, volta após a tua cunhada. 16 Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. 17 Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o Senhoro que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.18 Vendo, pois, Noemi que de todo estava resolvida a acompanhá-la, deixou de insistir com ela. (Rute 1)

Rute era moabita, era alguém sem nenunhum valor para os Judeus. Os moabitas eram considerados pelos judeus um povo amaldiçoado, eles nunca poderiam entrar no templo, Nem em sua quarta geração.

d.   Ester livrou o seu povo, os hebreus, da destruição – ela foi a resposta a oração e jejum do povo.

15 Então, disse Ester que respondessem a Mordecai:16 Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci. (Ester 4)
Quem era Ester? Uma escrava judia. Uma cortesã no palácio do rei Assuero.

e.   José foi uma solução para Faraó e o povo egípcio. Sem José o Egito e muitas outras nações teriam sido extintas pela fome.

José foi uma recompensa a um faraó. E como ele agiu com os seus irmãos que o entregaram vendendo-o para ser escravo? Ele recompensou o mal com o bem. Ele entendeu que fora a providencia divina que o levara e o preparara para aquela ocasião. Por isso ele recebeu seus irmãos e não os matou.
Eclesiastes 4:9

Jesus foi a recompensa de DEUS para a humanidade, o homem andava em pecado fazendo tudo que desagradava a ELE. Todavia ele enviou a JESUS, se fez carne e veio até nós para nos pagar (recompensar) com o bem.

João 3:16 Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. 17 Pois Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo.18 Aquele que crê no Filho não é julgado; mas quem não crê já está julgado porque não crê no Filho único de Deus.

Como nós temos recompensado ao nosso DEUS. As pessoas que nos cercam. Você sabia que na maioria das vezes nós pagamos o bem que o SENHOR nos faz, com o mal, buscando o nosso próprio prazer.
Como temos agido? Sendo recompensa, ou sendo uma piscina de ingratidão.
Toda pessoa que DEUS criou é necessária e, é uma recompensa para alguém



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Pr. Ronildo da Cruz Ribeiro
Manaus, AM 26 de junho de 2011
IDPB – Monte Horebe